Relato 59

 ''Eu namorei com meu ex há quase dois anos... Logo no começo, era aquela mil maravilhas. Ele dizia que não era uma pessoa ciumenta, nem nada do tipo. Contudo, quando fizemos um ano junto, ele comprou alianças de compromisso e tudo mais. E depois disso, o nosso namoro não foi igual mais. A nossa primeira briga foi quando fui para casa de uma amiga banhar de piscina, estávamos apenas eu, ela e a mãe. Disse que não era coisa que se faz, que podia chegar homem a qualquer hora e ia me ver. Ele nunca me elogiou se quer, e se eu quisesse, teria que pedir, eu comecei a me sentir mal, já tinha uma auto estima super baixo, e por nunca ter ganho um elogio só piorou as coisas, nesse período comecei de todas as forças de emagrecer, para de alguma forma agradá-lo. E foi onde desenvolvi a bulimia nervosa, emagreci muito e para nada. Ele também nunca me apoiou em nada que quisesse fazer, todas minhas tentativas de tentar subir na vida, tanto fora da faculdade, tanto dentro. Ele me fazia desistir de todas as oportunidades que aparecia.  Fizemos um ano em Junho, o meu aniversário era no próximo mês, e eu ia para Salvador com meus tios. Quando estava próximo dessa viagem, foi onde começou tudo.

Ele não queria que eu fosse, dizia que eu ia para um lugar exibir meu corpo, que namorada dele era uma pessoa de família, e não vulgar por ir numa praia andar de biquíni, e quando ele viu que não ia ceder no que ele queria, começou apelar para a chantagem emocional, dizendo que ia terminar comigo, que não era pra falar com ele durante o período que estava viajando. E mesmo com todas essas chantagens, eu fui do mesmo jeito. Viajei no dia do meu aniversário, ele foi o único a não dar parabéns, quando o questionei sobre, falou que só quem merece que ganha parabéns, e que eu não merecia por ter ido viajar, no mesmo instante ele terminou comigo, e depois meu aniversário foi horrível. Porém depois de algumas horas, voltou a falar comigo, dizendo um monte de regras, que não podia sair do apartamento onde estava, não podia usar biquíni vulgar, que não podia sair sem for na presença dos meus tipos, me sentia como se fosse uma criança que não sabia de nada. 

Logo após essa viagem, veio a notícia que meus pais iam mudar de cidade, e com isso ia passar os dois meses de férias, para onde eles iam. Posso dizer que essas férias foi um inferno. Ele pedia foto de onde eu estava, se eu tinha falado com algum homem, qual roupa eu tava, se eu saí de casa. Ou seja, ele queria controlar tudo que eu fazia. Eu não podia sair sem for na presença dos meus pais, nem com o meu irmão, podia. Até que uma amiga minha me mostrou um vídeo onde falava sobre relacionamentos abusivos, e depois de uma conversa longa com minha mãe, pude notar que o meu relacionamento, era abusivo.

E foi quando tive uma conversa séria com ele, que não ia fazer mais isso, que era mandar foto, dizer se falei com alguém, etc. E falei que o dia que ele perguntasse novamente, eu não ia responder. Ele disse que não ia fazer mais, porém no dia seguinte, veio a pergunta, ''falou com algum homem?'' Desacreditei naquele momento, saquei que ele não ia mudar e nem tentar. Eu fiz o que tinha dito, não respondi. E ele simplesmente parou de falar comigo, e isso era umas 19h, e só foi voltar a falar comigo no outro dia, que foi quando tive a coragem de terminar. Ele tentou argumentar alegando que era pra responder a pergunta dele e que tudo ia ficar bem. Eu percebi que o que ele sentia, não era amor. Não mesmo. E hoje tenho dificuldade de expressar o que sinto para qualquer pessoa, tenho sérios problemas com meu corpo, como a bulimia, que agravou a depressão.''

- Relato de uma seguidora anônima, @maselenuncamebateu




 Olá, querida leitora,


Você percebeu que passa por situações parecidas no seu relacionamento com este relato? Você não está louca! Precisamos te dizer: agressão não é só física! Antes da agressão física, ou até mesmo de uma tentativa de feminicidio, vem as agressões psicológicas, morais, sexuais e patriomoniais! Não é apenas a existência de uma agressão física que configura um relacionamento abusivo e a violência doméstica. Procure ajuda! Amor não machuca nem dói, tampouco sobre posse. Estamos aqui para te dizer isso. Conte conosco, você pode entrar em contato em:


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